A morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, ocorrida em 1976 na Via Dutra, segue cercada de debates e polêmicas. O caso volta à pauta nesta sexta-feira (14), quando a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos, analisará novos possíveis reconhecimentos de vítimas da ditadura militar, incluindo JK.

O Acidente
Juscelino viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro quando o Opala em que estava, conduzido pelo motorista Geraldo Ribeiro, foi atingido por um ônibus e acabou colidindo com um caminhão na altura de Resende (RJ). Ambos morreram no local.
A versão oficial da época apontou acidente automobilístico como causa da morte. No entanto, teorias e investigações posteriores levantaram a possibilidade de um atentado político, considerando o contexto da ditadura militar (1964-1985) e a perseguição política que JK sofreu.
Divergências nas Investigações
O caso foi analisado por diferentes comissões ao longo dos anos, com conclusões divergentes:
Comissão Nacional da Verdade (2014)
Revisou documentos, fotos, perícias e depoimentos.
Concluiu que não há provas materiais que indiquem assassinato político.
Comissão da Verdade de Minas Gerais (2017)
Apontou contradições nos laudos e depoimentos.
Considerou "plausível, provável e possível" que a morte tenha ocorrido devido a um atentado político.
JK e o Contexto Político
Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961, ficando marcado pelo projeto de modernização do país e pela construção de Brasília. Após deixar o cargo, foi eleito senador, mas teve os direitos políticos cassados pelo regime militar em 1964.
Exilado, tornou-se opositor da ditadura, o que reforça as suspeitas de que sua morte pode ter sido planejada. Até hoje, a verdade sobre o que realmente aconteceu na Via Dutra segue em debate.
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