Operação Carne Fraca: Empresa no RJ é alvo por revenda de carne podre submersa em enchente em Porto Alegre
- Diogenes Régis
- 21 de jan.
- 2 min de leitura
Quatro pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) durante a Operação Carne Fraca, que revelou um esquema envolvendo a revenda de carne imprópria para consumo humano por uma empresa localizada em Três Rios, no Sul Fluminense. A proteína animal havia sido submersa pela enchente histórica de Porto Alegre em 2024.
Entre os detidos está Almir Jorge Luís da Silva, um dos proprietários da empresa Tem Di Tudo Salvados, que comprou 800 toneladas de carne deteriorada sob a justificativa de que seriam reaproveitadas para a produção de ração animal.
Esquema de revenda fraudulenta
A investigação da Delegacia do Consumidor (Decon-RJ) constatou que a empresa, ao invés de cumprir o acordo, comercializou as carnes bovinas, suínas e de aves para açougues e mercados em várias regiões do país. O delegado Wellington Vieira revelou que a carne foi maquiada para esconder os danos causados pela lama e pela água da enchente.
"Foram 32 carretas transportando o produto para diferentes estados do Brasil, muitas vezes sem que os compradores soubessem da procedência," afirmou o delegado.
Durante a operação, policiais cumpriram oito mandados de busca e apreensão na sede da Tem Di Tudo Salvados e em locais associados aos sócios. No local, encontraram:
Carnes embaladas a vácuo possivelmente do lote deteriorado;
Pedaços de carne armazenados sem refrigeração adequada;
Produtos congelados em prateleiras enferrujadas;
Sacos de alimentos armazenados diretamente no chão.
Lucros milionários com carne imprópria
O esquema gerou lucro exorbitante para a empresa. A carne descartada, avaliada em R$ 5 milhões, foi adquirida pela Tem Di Tudo Salvados por apenas R$ 80 mil, segundo documentos fiscais analisados pela polícia.
Os envolvidos poderão responder por crimes como:
Associação criminosa;
Receptação;
Adulteração e corrupção de alimentos.
Investigação em andamento
A descoberta do esquema começou no Rio Grande do Sul quando o frigorífico que vendeu as 800 toneladas à empresa identificou carnes descartadas sendo revendidas por meio do número do lote nas embalagens.
Agora, as autoridades trabalham para rastrear outras empresas que compraram os produtos sem saber que eram impróprios para consumo humano. A operação continua em busca de proteger consumidores e responsabilizar os envolvidos.
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