Rússia rejeita troca de territórios com a Ucrânia e promete expulsar tropas ucranianas
- Rômulo Araujo
- 11 de fev.
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O Kremlin descartou nesta quarta-feira (12) qualquer possibilidade de trocar os territórios ocupados na Ucrânia por áreas na região russa de Kursk, atualmente sob controle de tropas ucranianas. A resposta veio após uma sugestão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que poderia oferecer essa área como parte de um acordo de paz para encerrar o conflito.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia nunca negociará seu território e garantiu que as tropas ucranianas serão forçadas a sair da região.
"Isso é impossível. A Rússia nunca discutiu e não discutirá o tema da troca de seu território. E, claro, as formações ucranianas serão expulsas desse território. Todos que não forem destruídos serão expulsos", declarou Peskov.
O ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, classificou a proposta de Zelensky como "absurda" e disse que a Rússia demonstrou que pode alcançar a paz "através da força".
O avanço ucraniano em Kursk
A região de Kursk, no oeste da Rússia, foi tomada por tropas ucranianas durante uma contraofensiva surpresa em agosto de 2024. Desde então, as forças russas têm tentado retomar o controle da área, sem sucesso.
Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% da Ucrânia, incluindo Crimeia, Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Mariupol, enquanto as forças ucranianas ocupam aproximadamente 450 km² da região de Kursk, segundo dados de fontes abertas.
Zelensky propõe troca de territórios
Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", Zelensky sugeriu que a região russa de Kursk poderia ser usada como moeda de troca em eventuais negociações de paz mediadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
"Vamos trocar um território por outro. Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade", disse Zelensky.
Entretanto, a diferença de tamanho entre as áreas ocupadas por cada lado torna a proposta inviável. As regiões ucranianas sob controle de Moscou são muito maiores do que a parte de Kursk tomada por Kiev.
A operação militar ucraniana em Kursk
A incursão ucraniana em Kursk, realizada em 6 de agosto de 2024, foi uma das mais ousadas da guerra. Cerca de 1.000 soldados atravessaram a fronteira com tanques, veículos blindados, drones e artilharia, avançando até a cidade de Sudzha, um ponto estratégico para o transporte de gás natural russo para a Europa.
O ataque forçou o presidente russo, Vladimir Putin, a revisar seus planos de guerra e reorganizar suas forças militares na região.
A proposta de Zelensky, no entanto, não foi bem recebida pelo Kremlin, que insiste em manter sua posição de força e continuar as operações para retomar a totalidade do território russo.
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